A modificação da postura ereta em pé é uma das mudanças que ocorrem no sistema osteomuscular em consequência da idade.
As modificações na postura do idoso manifestam-se principalmente no plano sagital, apresentando algumas características como o aumento da curvatura cifótica da coluna torácica, a diminuição ou aumento da lordose lombar, o aumento do ângulo de flexão do joelho, o deslocamento da articulação coxofemoral para trás e a inclinação do tronco para diante, acima dos quadris.
A hipercifose como sendo um aumento no ângulo da cifose dorsal fisiológica e geralmente aparecendo como consequência de uma hiperlordose lombar, com a finalidade de manter o equilíbrio postural da coluna vertebral, devido ao deslocamento do seu centro de gravidade.
A hiperlordose relata ser a deformidade mais importante que surge como consequência da flexão da cintura pélvica, com inclinação do conjunto de vértebras sacrais para frente. Dessa forma, a lordose lombar se acentuaria com a finalidade de equilibrar o sistema, provocando diminuição da flexão do tronco, aumento da cifose dorsal e aumento da lordose cervical. (Lianza 2002)
Hipercifose torácica, retificação da lordose lombar, diminuição do arco plantar de idosos que vivem na comunidade, parecem contribuir para maior instabilidade postural, e consequentemente aumentar o risco de quedas na população idosa que vive na comunidade. (Fernandes et al, 2018)
A partir dos 40 anos, a estatura começa a se reduzir, isso ocorre por conta da redução dos arcos plantares, ao aumento da curvatura da coluna vertebral, à redução do volume dos discos intervertebrais, entre outras alterações.
Os resultados sugerem que 100,0% dos sujeitos de ambos os grupos apresentam escoliose, assimetria clavicular, assimetria pélvica e pé plano. O grupo da faixa etária de 60 a 70 anos apresentou 75,0% de retificações lombares, 85,0% de hipercifose torácica e 65,0% de protusão abdominal, enquanto 100,0% dos participantes do grupo de 71 a 80 anos apresentaram todas as alterações posturais citadas.
Os graus de oscilações posturais ântero-posteriores para indivíduos que relataram quedas no último ano foram 12,2% (60-70 anos) e 69,2% (71-80 anos) maiores do que os indivíduos que não apresentaram quedas. (Aikawa, 2006).
Alterações posturais de membros
As alterações posturais dos membros comumente encontradas associadas à idade são protração ou abdução escapular, que podem alterar o ritmo escapuloumeral normal, provocando afecções dolorosas para o ombro; rigidez ou contraturas à flexão do cotovelo, desvio ulnar do punho e flexão dos dedos, que reduziriam a função de alcançar da mão; contratura em flexão do quadril, que provocaria a redução da passada, podendo também aumentar o custo de energia para mobilidade e as necessidades para o controle postural, sobretudo se a alteração for unilateral; contraturas em flexão do joelho; que podem reduzir o comprimento da passada e do impulso do quadril; alterações em varo ou valgo no quadril, joelhos e tornozelos, que, somadas às alterações provenientes das contraturas em flexão do joelho e quadril, provocam dores, devido à deformação mecânica e à tensão nos tecidos musculoesqueléticos. (Kauffman TL., 2001)
Alterações na postura dinâmica
Dentre as alterações da marcha associadas à idade, destacam-se: diminuição da velocidade, da altura e do comprimento dos passos, diminuição da flexão dos joelhos e do tronco, perda de sincronia na movimentação dos membros superiores e aumento da base de apoio.
Essas modificações podem estar associadas a mecanismos de compensação para manter a marcha e podem ocasionar quedas, assim como a diminuição da altura do passo provoca aumento do risco de tropeços, podendo ocasionar grave comprometimento dos movimentos requeridos para a execução das atividades da vida diária. (Rodrigues IG., 2009, Teixeira et al.,2003)
A fase de apoio na marcha fica maior e de balanço menores uma vez que existe uma necessidade maior de buscar segurança na manutenção do equilíbrio dinâmico. (Melo et al.,2002). Ocorre aumento do tempo de duplo apoio em relação aos adultos.
Riscos
Apesar de queda ser um problema multifatorial, é possível que indivíduos com déficits posturais, principalmente idosos, possam ser incapazes de gerar respostas adequadas posturais durante, por exemplo, a posição prolongada de pé. Isso pode levar à fadiga e, finalmente, contribuir para o risco de queda. (Freitas SM, Wieczorek SA, Marchetti PH, Duarte M., 2005)
Conclusão
Nem todas as modificações na postura podem ser classificadas como defeituosas ou anormais; algumas delas podem ser alterações compensatórias normais, resultantes de outras mutações neuromuscoloesqueléticas na coluna vertebral, nos membros ou nos mecanismos de controle central.
Variabilidade é uma palavra importante a ser lembrada quando são discutidas as alterações do envelhecimento (Guccione, 2002)
Quais devem ser os objetivos terapêuticos
Muitas vezes as queixas de dores e dificuldades de realizar pequenos movimentos como sentar, subir um degrau, colocar um objeto no alto ou ficar muito tempo na mesma posição, estão relacionadas ao padrão postural adquirido com o passar dos anos.
Por isso devemos promover programas preventivos a fim de minimizar os efeitos deletérios das disfunções cinésio-funcionais em idosos resgatando sua autonomia funcional e melhorando sua qualidade de vida.
A escolha da postura para a correção postural deve levar em conta a avaliação realizada com o indivíduo, de modo que se tenha clareza do tipo de correção mais indicado para cada grupo muscular afetado (MARQUES, 2000).
Todo tratamento postural deve atingir a globalidade do sistema musculoesquelético, pois há uma interação entre todos os segmentos corpóreos, sendo impossível a disfunção atingir isoladamente um único músculo ou articulação. O controle da postura não é um ato apenas musculoarticular é sim um complexo neuromotor, daí a importância da participação ativa do paciente no programa de tratamento (CAILLIET, 1998).
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