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Foto do escritorBruna Mayer

Nossas Histórias: Mulher Maravilha

Olá pessoal, estamos de volta com o projeto nossa histórias, e hoje vamos começar a contar a história da nossa Mulher Maravilha Fanny Teixeira.


Fanny:

Aos 13 anos eu comecei a sentir dores nas costas, não conseguindo manter o tronco erguido. Ao procurar a emergência houve a suspeita de cálculo renal devido ao local e intensidade das dores.

As dores ficaram começaram a aparecer então nas pernas e comecei a perder as funções dela.

Voltei então ao hospital, e como não perdi a sensibilidade, ao contrário, sentia dores agudas insuportáveis, e perdi os movimentos no dia do casamento da minha irmã, sem nenhuma razão clínica aparente, o diagnóstico foi: psicológico.


Voltei para casa e as dores seguiram para braços e que também perderam os movimentos. Fui mais uma vez para o hospital, neste dia também tinha perdido o movimento do pescoço e lá descobri que uma parte do meu intestino havia sido paralisada também.


Uma bateria de exames foram feitos e um deles acusou uma infecção em expansão pelos órgãos internos já se aproximando do cérebro. Mas o diagnóstico final só veio com um exame de eletroneuromiografia.


Precisei de medicamentos pesados, que comprometeram meu fígado quase completamente, várias sessões de hemodiálise e muita fisioterapia.


Todo o processo, das primeiras dores ao diagnóstico levou aproximadamente 12 dias. Da primeira dor a perda total de todos os movimentos do meu corpo foram 6 dias. De acordo com os médicos, na época, um dos casos de Sindrome de Guillain-Barré mais graves e agressivos que eles já haviam visto até então.


As sequelas foram de tetraplégia, Fanny não conseguia se movimentar do pescoço para baixo.

Aos 15 anos depois de múltiplos tratamentos ela conseguiu começar a retomar os movimentos de membros superiores permanecendo uma sequela de paraparesia (paralisia dos membros inferiores).


Para você entender melhor vamos falar um pouco dessa doença, a Síndrome de Guillain Barré é uma doença autoimune que ataca os nervos, podendo ser desencadeada por uma infecção bacteriana ou viral aguda. Ela se manifesta em forma de uma inflamação aguda dos nervos e raízes nervosas. É uma doença muito rara que acomete menos de 15 mil pessoas por ano no Brasil. Os sintomas podem começar com fraqueza e formigamento nos pés e nas pernas que se espalham para parte superior do corpo, podendo ocorrer a paralisia dos músculos.

Os pacientes podem ter dores musculares, dificuldade para caminhar, fraqueza nos braços e nas pernas, problemas de coordenação motora, fadiga e sensação de desmaio, formigamento e queimação com redução do tato entre outros sintomas.

O sintoma mais comum é a fraqueza muscular progressiva e ascendente, que sobrem das pernas para os membros superiores, podendo estar acompanhada ou não de paralisia.


Mas como está Fanny hoje?


Hoje com 47 anos Fanny Teixeira possui como sequela da Sindrome de Guillain Barré uma perda axonal motora bilateral, com paraparesia dos membros inferiores, com diminuição da força principalmente nos pés, o que relacionamos a síndrome do pé caído, sequela essa que é permanente sendo necessária a utilização de uma órtese para sustentação dos pés.



Mas porque resolvemos contar a história da Fanny aqui na nossa página?


Por que mais uma vez temos uma linda história de superação de uma mulher forte e espetacular.

Acho que já deu para vocês entenderem um pouco dos desafio que ela teve que encarra desde os 13 anos de idade né!?

Mas o que me surpreendeu ao conhecer a Fanny, foi entender que nada disso seria capaz de tirar o sorriso em seu rosto e o samba do seu pé. É isso mesmo, o samba no pé!

Conheci ela dançando...e dançando muito e me encantei com toda essa história.

Fanny faz dança de salão desde 2010 e se apresenta junto com sua família e seu parceiro Ulisses, colocando no chinelo muita gente por aí.



Sua garra, seu carisma, e muita força de vontade encantam quando ela resolve entrar na roda de samba e arrebentar a boca do balão, e acreditem além da dança ela também já fez capoeira, onde ganhou no batismo o nome Biônica, já saltou de paraquedas, asa delta, já pratiquei arvorismo, dirije carro não adaptado, já desfilei em escola de samba.


Fanny:

Estudei, me formei, fiz pós-graduação e trabalho na área de jornalismo.

Sou casada, tenho 2 filhas e olha que não poderia engravidar, mas foi assim mesmo, e hoje sou avó.


Em abril de 2014 tivemos o prazer de poder começar a ajudar ela a cuidar da sua saúde. Afinal de contas a melhor forma de cuidar das sequelas de Guillain Barré é através da fisioterapia e dos movimentos. Começamos o trabalho com o Pilates e ficamos muito satisfeitos com os resultados.

A fisioterapia tem como objetivo manter a funcionalidade dos movimentos, ela deve ser iniciada precocemente e deve trabalhar o fortalecimento controlado da musculatura, o equilíbrio, coordenação motora, melhora da sensibilidade e do controle do movimento do paciente.

Utilizando o método Pilates como instrumento de reabilitação podemos alcançar todos esses objetivos, ensinando a Fanny a controlar mais seus movimentos e trabalhar de forma ativa a sua recuperação funcional.


Depois de um período longe da clínica em abril de 2021 ela retornou para os nossos cuidados, dessa vez se queixando de dores pelo corpo todo em diferentes lugares, diminuição da massa muscular, e dificuldade no equilíbrio.

Retomamos então o trabalho com Pilates terapêutico e pouco tempo depois já era possível ver a sua evolução.



Os exercícios do Pilates facilitam a obtenção de resultado, por não se graduarem pelo aumento de carga e sim pelo aumento na dificuldade do movimento e no maior recrutamento de diferentes músculos. Desta forma a gente não sobrecarrega o comando neural, mas recruta mais fibras para um movimento cada vez mais controlado e mais eficiente.



O mais legal do trabalho com a Fanny é que o lado divertido, dançarino e a mulher forte sempre transbordam quando ela chega na clínica e toda sua força de vontade nos enche ainda mais de força para continuar buscando mais resultados e manter os cuidados dessa “Mulher Maravilha”.



Obrigada Fanny por nos deixar fazer parte dessa história e deixar a gente contar um pouco dela aqui na nossa página!

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